Marc-André ter Stegen (Borussia VfL Monchengladbach)

A 14 de Fevereiro de 2010, a 12 jornadas do final da Bundesliga, o Borussia Monchengladbach parecia condenado à descida: ocupava a última posição da tabela, com apenas 16 pontos. Foi então que os dirigentes do Gladbach decidiram despedir o treinador Michael Frontzeck indo buscar Lucien Favre para o seu lugar. As esperanças já não eram muitas, mas a verdade é que o técnico suíço fez um autêntico milagre ao conseguir segurar a equipa no principal escalão germânico. Entre várias mexidas que efectuou, a mais decisiva para este grande feito foi provavelmente a aposta no jovem guardião Marc-André ter Stegen.

Com toda a sua formação feita no Borussia Monchengladbach, ter Stegen viria a revelar todo o seu valor nas últimas jornadas da temporada passada, onde foi importantíssimo para a manutenção do clube. Logan Bailly e Chris Heimeroth haviam sido as escolhas até ao momento na baliza, mas o facto de terem sofrido 62 golos em 28 jornadas revelavam as fortes debilidades defensivas da equipa.


Nome: Marc-André ter Stegen
Nascimento: 30/04/1992 (19 anos)
Naturalidade: Monchengladbach - Alemanha
Altura: 185 cm
Peso: 84 kg
Posição: Guarda-Redes
Clube: Borussia VfL Monchengladbach - Alemanha
Percurso: Borussia Monchengladbach (desde 1996)
Nº Camisola: 1


Passadas seis jornadas após a sua chegada, Lucien Favre decidiu dar então uma oportunidade ao jovem ter Stegen, na altura com apenas 18 anos. Foi uma aposta arriscada, mas o que é certo é que a partir daí tudo mudou. Funcionando como uma espécie de talismã, o jovem guardião sofreria apenas 4 golos nos restantes 8 jogos da temporada, contrariando todas as aberrantes estatísticas que perseguiram os seus antecessores. Com uma série de defesas vistosas, o guardião transmitiu confiança à restante equipa que viria a conseguir uma excelente recta final de época (5 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota).

Para quem ousou dizer que as defesas de Marc-André ter Stegen haviam sido mera sorte, o arranque da actual temporada revelou exactamente o contrário: o jovem tem, de facto, muito potencial. Logo na ronda inaugural, o Gladbach foi ao terreno do Bayern Munique vencer por 1-0, com o jovem a fazer uma exibição espectacular que lhe valeu a eleição para a equipa ideal da jornada. De momento, com sete jornadas já percorridas, o Borussia Monchengladbach ocupa uma invejável terceira posição, sendo a segunda melhor defesa da prova (3 golos sofridos).


Vídeo:

São infinitas as qualidades já denotadas neste fantástico guarda-redes que tem feito parte das selecções jovens da Alemanha. Um pouco à imagem do seu compatriota Manuel Neuer, ter Stegen é muito bom entre os postes, demonstrando também grande segurança fora deles. Os seus reflexos e a forma como faz a mancha sobre os remates à queima-roupa estão ao alcance apenas dos melhores guarda-redes mundiais. Fixem bem este nome, porque não tardará a andar nas bocas do mundo.

Pedro Nogueira
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Danilo Pereira (Parma FC)


O excelente desempenho da selecção nacional sub-20 no recente Mundial da categoria fez levantar algumas interrogações acerca da escassa aposta dos clubes portugueses nos jovens lusos. A qualidade evidenciada pelo conjunto de Ilídio Vale poderá fazer despertar uma nova mentalidade nos responsáveis de modo a valorizar de forma mais efectiva o produto nacional.

Nesta prestigiada prova internacional, a formação portuguesa apresentou-se com um rendimento de alto nível, o que levou a que algumas individualidades estivessem em plano de destaque, como o caso de Danilo Pereira, que viu desde logo o seu nome apontado a grandes clubes europeus dadas as suas exibições personalizadas e convincentes.


Nome: Danilo Luís Hélio Pereira
Nascimento: 09/09/1991 (20 anos)
Naturalidade: Bissau - Guiné-Bissau
Altura: 187 cm
Peso: 65 kg
Posição: Médio-Defensivo
Clube: Parma FC - Itália
Percurso: Arsenal 72 (2002 -2005), Estoril Praia (2005-2008), Benfica (2008-2010), Parma (desde 2010): empréstimo ao Aris Salónica (2010/2011)
Nº Camisola: 14


Natural da Guiné-Bissau, o jovem emigrou para o nosso país com apenas seis anos, acompanhando a sua mãe que, em face das necessidades familiares, decidiu mudar-se para solo português. O gosto que sentia pelo futebol levou a iniciar-se num clube próximo da sua área de residência, nomeadamente o Arsenal 72, emblema do concelho de Sintra, onde tomou o primeiro contacto com o desporto-rei.

O médio ia demonstrando algum valor, acabando por se mudar para o Estoril Praia na categoria de Iniciados, subindo mais alguns degraus na sua evolução, o que não passou despercebido ao Benfica, que o resgatou para a sua equipa júnior, onde seria uma opção regular dos técnicos e encarado como uma promessa da turma encarnada.

Ainda assim, o jovem, findo o seu percurso de formação, não chegou a acordo com os responsáveis benfiquistas para rubricar um contrato profissional, sendo, deste modo, um jogador livre. Face à sua prestação no Europeu de sub-19 em 2010, onde mereceu elogios da crítica internacional, Danilo Pereira recebeu vários convites de clubes estrangeiros, acabando por escolher o Parma, clube ao qual se vinculou por cinco anos.

Visto como o novo Patrick Vieira, tendo em conta as parecenças físicas e futebolísticas com o antigo internacional francês, o médio não teve grandes oportunidades na primeira equipa dos gialloblu, sendo por isso cedido ao Aris Salónica na segunda metade da temporada 2010/2011, onde conseguiria um registo de dois golos em apenas cinco partidas.

O Mundial sub-20 mostraria, porém, que o médio possui qualidade para singrar no panorama internacional, revelando-se um recuperador de bolas incansável e, simultaneamente, o primeiro construtor de jogo ofensivo da sua equipa, fazendo uso da sua sensacional leitura de jogo. Esta prova permitiu-lhe não só confirmar todo o seu potencial mas também cativar a atenção de alguns colossos europeus, tendo os responsáveis do Parma decidido mantê-lo no plantel principal que irá tentar atingir a permanência na Serie A.

Filipe Jesus
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Chris Wood (West Bromwich Albion / Birmingham City)


A temporada de 2010/11 foi marcada por um misto de emoções positivas e negativas para o Birmingham City. Se, por um lado, venceu a Carling Cup diante do Arsenal contra todas as expectativas, por outro, viu-se relegado na última jornada ao Championship, depois de um jogo de loucos entre o Wolves e o Blackburn (2-3), que serviu às duas formações para se manterem na Premier League. No entanto, em Inglaterra, o vencedor da Taça da Liga tem um lugar reservado no acesso à Liga Europa, o que colocou o Birmingham numa situação pouco comum; uma equipa do segundo escalão a competir na segunda maior competição europeia de clubes.

No play-off da Liga Europa dois factores a destacar: o Nacional foi o oponente e Chris Wood uma das figuras. Na primeira-mão, na Choupana, 0-0 foi o resultado, mas foram várias as ocasiões para os ingleses, com três bolas enviadas as ferro, duas por intermédio de Wood. Na segunda-mão, banho de bola no St. Andrews, com uma excelente exibição e um golo do jovem neo-zelendês. Emprestado pelo primodivisionário WBA, Chris Wood é alto, possante e com um faro muito apurado para o golo.


Nome: Christopher Grant Wood
Nascimento: 07/12/1991 (19 anos)
Naturalidade: Auckland - Nova Zelândia
Altura: 191 cm
Peso: 81 kg
Posição: Avançado
Clube: West Bromwich Albion (emprestado ao Birmingham City)
Percurso: Waikato (07/08); Hamilton Wanderers (08/09); WBA (desde 2009): empréstimos ao Barnsley (2010); Brighton (10/11); Birmingham (11/12)
Nº Camisola: 39


O percurso de Chris Wood teve início no Waikato, mas cedo se mudou para o Hamilton Wanderers, clube semi-profissional da Nova Zelândia. Aí, a jovem promessa teve um desempenho notável, marcando 16 golos em 17 partidas, feito que conseguiu despertar a atenção dos clubes ingleses. Foi o West Bromwich Albion que decidiu abrir os cordões à bolsa e inserir Wood nas camadas jovens da equipa. Desde cedo que a sua veia goleadora se revelou, valendo-lhe uma chamada inesperada num jogo frente ao Portsmouth, conseguindo o feito de ser o quinto jogador kiwi a alinhar na Premier League.

Depois de acertar os termos do primeiro contrato profissional da sua carreira, a direcção dos Baggies decidiu que o empréstimo era a melhor solução para se desenvolver como jogador. A primeira cedência ao Barnsley não se revelou produtiva, alinhando em sete partidas sem facturar qualquer golo. No entanto, no Brighton & Hove Albion, Chris Wood conseguiu assumir um papel de relevância, com oito golos importantes para a subida deste clube ao Championship.

Mesmo assim, parece ser o recente empréstimo ao Birmingham City que irá contribuir para uma afirmação definitiva de Chris Wood no plantel principal do WBA. Com cinco golos em sete partidas, o jovem neo-zelandês já é a referência atacante da sua equipa, numa época em que se espera o regresso à primeira divisão e uma participação digna na Liga Europa. Chris Hughton, antigo treinador do Newcastle e um dos responsáveis pela ascensão meteórica de Andy Carroll, tem em mãos outro jogador semelhante e na mesma situação. Tudo parece bem encaminhado para o feito se repetir...

O SC Braga irá defrontar o Birmingham City na fase de grupos da prova europeia e terá que ter muitas cautelas com a presença imponente de Wood. O hat-trick apontado na semana passada diante do Millwall aumentou as expectativas em seu redor e os defesas não lhe quererão dar qualquer tipo de veleidade. Conseguirá voltar a impressionar?
Bruno Tomé
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Futebol Portugal


Caros leitores, fazemos parte de um projecto que pretende mudar a blogosfera.

Tendo como base o lado positivo do jogo, abordando categorias diversas (análise táctica, scouting, história, estádios, estatística, arbitragem, direito desportivo, finanças, notícias, etc), e contando com uma equipa que reune os melhores bloggers de futebol e elementos com profunda ligação profissional a este desporto.

O Futebol Portugal, procura mudar o paradigma do relato do fenómeno desportivo em Portugal, apresentando duas características pouco vistas até hoje: qualidade e independência de pressões corporativas.

O website estará ainda a passar por algumas modificações gráficas, mas temos já um conteúdo assinalável para que o leitor possa dedicar a sua atenção.

Um abraço e até já!
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Mario Götze (BV Borussia Dortmund)

A edição 2010/2011 da Bundesliga ficou inequivocamente marcada pelo regresso do Borussia Dortmund aos momentos de glória, com a conquista do título após nove longos anos de jejum. Com um futebol vistoso, assente sobretudo numa eficaz posse e circulação de bola, a turma de Jürgen Klopp conseguiu dominar durante toda a prova, permitindo que vários atletas passassem a ser vistos com outra atenção pela crítica internacional.

Mario Götze acabaria por ser um dos jogadores em maior evidência, passeando classe ao longo do campeonato e provando que em território alemão também se formam atletas com elevada capacidade técnica.


Nome: Mario Götze
Nascimento: 03/06/1992 (19 anos)
Naturalidade: Memmingen - Alemanha
Altura: 171 cm
Peso: 64 kg
Posição: Médio Ala
Clube: BV Borussia Dortmund - Alemanha
Percurso: Ronsberg (1997-1998), Eintracht Hombruch (1998-2001), Borussia Dortmund (desde 2001)
Nº Camisola: 11


Tendo chegado a Dortmund com nove anos, após passagens pelos modestos Ronsberg e Eint. Hombruch, o jovem cedo mostrou que possuía talento para poder sonhar em seguir uma carreira interessante, sendo visto como uma das maiores esperanças dos responsáveis do clube.

Considerado o melhor jogador do Europeu de sub-17 de 2009, uma prova ganha pela selecção alemã, o médio foi reclamando uma oportunidade na equipa principal do B. Dortmund, que acabaria por surgir em Novembro de 2009 numa partida frente ao Mainz, tendo, contudo, sido utilizado em apenas cinco encontros.

A temporada 2010/2011 seria a da sua plena afirmação no plano internacional, constituindo-se como um dos indiscutíveis do onze titular. Utilizado na faixa direita do ataque, Götze mostrou ser um jogador de processos simples, dando ao jogo um toque de magia e tratando a bola com uma admirável subtileza, valências que lhe permitiram assistir com frequência os seus colegas para golo.

O futebol praticado pelo médio encantou nao só os fanáticos adeptos do B. Dortmund, bem como todos os acompanhantes da Bundesliga, tendo sido eleito o segundo melhor jogador do campeonato, um prémio que deverá ser ainda mais valorizado considerando a tenra idade do atleta e provando que os jovens futebolistas da actualidade atingem a maturidade numa fase mais precoce da sua carreira.


Vídeo:

O seleccionador Joachim Löw não ficaria igualmente indiferente às suas notáveis actuações, resolvendo chamá-lo para os recentes compromissos da formação germânica. No particular realizado frente ao Brasil no passado mês de Agosto, Götze exibiu todo o seu potencial, sendo mesmo considerado o melhor jogador em campo e sido alvo de rasgados elogios por parte dos carismáticos Matthias Sammer e Franz Beckenbauer, que entenderam estar perante um jovem com todas as condições para se tornar um caso sério no futebol mundial.

Filipe Jesus
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